sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Literatura Trabalho




Dedicado ao ONE.


Há algum tempo já pensava em escrever algo mais relevante sobre literatura. Nos últimos posts falei sobre questões técnicas da arte de escrever. Falava necessariamente sobre literatura. Hoje, no entanto, mudarei um pouco a conversa. Falarei sobre escritores.

Acompanhando o site O Nerd Escritor tenho um contato direto com novos escritores, de todas as regiões do país. Esse contato vai desde escritores totalmente iniciantes até alguns que já escrevem a algum tempo.

Posso dizer que nesse meio tempo que freqüento o site, o que gira em torno mais ou menos um ano, aprendi muito, mesmo com a inexperiência de alguns que lá publicavam.
Aprendi também com pessoas que já possuem uma técnica respeitável sobre a escrita. Pessoas capazes de realmente evocar emoções com as palavras.

Porém...

Algo que fui reparando é que pouquíssimos deles possuem embasamento teórico. Notei que boa parte deles havia lido ótimos livros. De Douglas Adams até Stephen King. E ai nota-se um problema.

Sem dúvida ler livros bons ajuda na arte da escrita. Não conheci até hoje um escritor que não leia com frequência. Mas ainda assim, um escritor não se forma somente pelo que lê.

Escrever é uma arte, um dom, e para tanto necessita de certo regramento, de certa filosofia.

Por quê?

Porque o escritor tem que ser, acima de tudo, como um lutador. Mais do que escrever, ele tem que saber escrever. Como um lutador, não basta somente bater, tem que saber onde e quando bater. Isso é a arte da escrita.
Uma vez que ser escritor seja, principalmente, a arte de trabalhar um texto.

E se trabalho fosse bom não se chamaria trabalho.

Tenho uma pergunta pra vocês, que lêem este texto agora.

Qual foi a ultima vez que leram um livro e, ao terminar, o releram para identificar a linha de raciocino do escritor, suas técnicas de prender a atenção do leitor e os momentos de desenlace de conflito?

Isso, amigos, é trabalho. E sim, é um saco. Mas faz parte de quem quer ser escritor.

Estudar a obra de alguém assim faz com que se aprenda muito mais sobre literatura e até mesmo valoriza ainda mais a obra de quem escreve. Isso faz com que se entenda, inteiramente, o estilo de um escritor renomado. A partir daí pode-se ter uma noção do próprio estilo de escrita, variando-o com o tempo.

Vale lembrar, estudar teoria também é importante. Lendo desde Nadia Gotlip e sua “Teoria do Conto”, passando por Georg Lukács e “Teoria do Romance” e até mesmo brincar de jogo dos sete erros com Shoppenhauer e sua “Arte de Escrever”.

Dói? Dói.
É um saco? Com certeza.

Mas é necessário.


Próximo texto, também dedicado ao ONE, falarei sobre “O Autor e os textos que deixam de ser seus”.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

P.E.N.T.E.



“Traição é traição, romance é romance, amor é amor e um lance é um lance... É o pente, é o pente, é o pente...”









Não, amigos, obviamente não estou falando da belíssima adaptação que os funkeiros brasileiros fizeram a partir de uma música do Fat Boy Slim.
Falo aqui da estrutura que todo texto narrativo, em prosa, necessita para ganhar vida e forma.


P.E.N.T.E


Personagem, Enredo, Narrador, Tempo, Espaço.


Sem isso nenhuma história se suporta. Não cria um fator que chamamos de “Verossimilhança” na literatura. Ainda que o objetivo às vezes seja causar um “Estranhamento”, a verossimilhança deve estar presente. Um texto sem ela não é coerente.



“Ok senhor, como podemos desenvolver o PENTE do nosso texto?”



Bem, jovem padawan, isso não é uma matéria fácil. Cada história apresenta sua estrutura de maneira diferente. Haverá aquelas em que o método narrativo designa boa parte do foco da historia. Terá ainda aquelas que serão todas baseadas em diálogo. Ou ainda uma daquelas que somente descreva um cenário e algumas ações dentro dele.


O que se tem que ter em mente é que, sempre que fores escrever uma “cena” imagine-a. Pense no melhor narrador para contá-la, nos personagens envolvidos, como ela irá avançar até o término da mesma. O tempo em que as ações rolam e os espaços em que rolam conta demais. Muitas vezes perdemos o ritmo, um personagem movimenta-se e outro para no tempo. Quando acontece isso, bye bye verossimilhança, fod*** a cena inteira.



“Entendi mais ou menos... Me diz ai, como faço pra descrever essas coisas?”



Lembre-se sempre de um detalhe crucial:


Somos todos humanos, ou seja, possuímos cinco sentidos.



Use isso a seu favor. Quando for descrever um cadáver, por exemplo, lembre-se de descrever o sangue pelo chão, as manchas dele coagulado embaixo das unhas do corpo. Lembre os leitores que o corte na barriga, que causou a morte, exalava um cheiro de putridão misturado a fezes, fazendo com que às vezes parecesse que o ar carregasse o gosto de imundice. O silêncio, às vezes, quando bem descrito, vale mais que mil sons.
O caminhar dos personagens no ambiente, seus sentidos, suas emoções. Coloque isso no papel, estruture, rebusque e lhe garanto, Dona Verossimilhança vai bater palmas pra você.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Conflito e Literatura


Não amigo (a), não estou falando sobre correntes filosóficas, culturais ou temporais que se chocam. Estou falando do grande charme de qualquer texto literário: Conflito.
Conflito é aquilo que prende o leitor nas linhas, no texto. O ideal, falando-se em conto, é que apareça no inicio, ali, no primeiro parágrafo. Mas obviamente, isso não é regra. Ele está presentes em crônicas, quadrinhos, romances (vale lembrar: romance ≠ romântico) e todos os demais meios de se contar uma boa e velha história.

Um texto sem conflito é como comida sem tempero. Nada mais que palavras em seqüência, que podem vir bem trabalhadas ou não, deitadas sobre a página.

Um texto, acima de tudo, tem que fazer um leitor se identificar. Prende-lo, sugá-lo.

Vamos então para um exemplo básico, retratando de um parágrafo com conflito e outro, sobre o mesmo tema, sem conflito.

“Ela era tudo o que eu queria. Tudo que sempre sonhei. Hoje eu a tenho. Acordo ao seu lado todos os dias. Sou aquele que ela olha pela manhã, quando a estrela d’alva, ainda não surgida, começa a nascer.”

Sem conflito, agora vamos colocar um conflitinho?

“Ela era tudo o que eu queria, ou achava que queria. Tudo que sempre sonhei. Hoje eu a tenho. Acordo ao seu lado todos os dias, Sou aquele que ela olha pela manhã, quando a estrela d’alva, ainda não surgida, começa a nascer. Claro, para isso, tive de fazer coisas terríveis. Coisas que contarei agora...


Captaram?


Ok, foi uma demonstração simples, mas acho que ilustra, ao menos superficialmente, a idéia.

Enfim pessoal. Sempre que forem escrever, foquem um conflito, algo que possivelmente irá dar um empurrãozinho a mais para alguém ler seu texto. Que de força e animo para quem lê.

=D

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Crítica Literária


Crítica sempre é um assunto delicado.

Por onde quer que olhemos sempre vemos pessoas prontas para dar sua opinião sobre determinado assunto. Vemos em revistas, jornais, televisão e, claro, na internet.

Porém, antes de se falar nas críticas em si, o que é uma crítica?

Pela Wikipédia vemos:

“Em jornalismo, crítica é uma função de comentário sobre determinado tema, geralmente da esfera artística ou cultural, com o propósito de informar o leitor sob uma perspectiva não só descritiva, mas também de avaliação.”

E ainda:

“Crítica Literária:
Um dos primeiros tipos de crítica a surgir na imprensa foi a crítica literária, dedicada a analisar livros, romances, poemas e outras obras de Literatura. No século XIX, escritores como Victor Hugo, Émile Zola e Machado de Assis faziam crítica literária ao mesmo tempo em que publicavam seus próprios trabalhos.
Diferente do que acontece em outras áreas, vários autores consagrados exerceram (e até hoje exercem) crítica literária, comentando trabalhos de colegas e, por vezes, passando de vidraça a atiradores de pedras. Este tipo de inversão de papéis, entretanto, é menos comum nas outras críticas (como cineastas fazendo crítica de cinema, por exemplo).”



Vemos assim que crtica é um conceito de avaliação de determinada obra, onde é analisado, em obras literárias, o enredo, as técnicas de escrita, o efeito que tem sobre os leitores e esse tipo de coisa.

Porém, caminhando pela internet, podemos encontrar pessoas que se vem no direito de “critica´r”, no sentido negativo da palavra, as obras de autores iniciantes.
Como já disse no outro post. Um dos sites, que acompanho a mais tempo trata-se do ONE. Lá podemos encontrar autores iniciantes em busca de quem leia seus textos. Assim como podemos encontrar autores que já começaram sua caminhada na arte da escrita. Mas mesmo assim, aparecem pessoas (não só no ONE, mas em inúmeros sites do mesmo assunto) que se acham no direito de censurar, ofender e inclusive desistimular quem escreve.

Quando isso acontece, o resultado é um iniciante frustado que deixa de escrever por causa da péssima critica de alguém.


Ok, então como deve ser uma critica adequada?

Primeiro deve-se analisar o texto. Não somente o resultado, mas a vontade de expressão de quem o escreveu.
Se for ruim, aponte os lados ruins do texto, mas de uma maneira coerente e simpática. Se puder sugerir como melhorar, melhor ainda.
Se for boa, diga do que gostou. Um dos problemas na internet é que as pessoas se limitam a dizer “bom”, “legal” e variantes. Não faça isso! Diga por que gostou, mostre interesse se for falar algo. E, assim como na critica negativa, se puder sugerir como melhorar, sugira!
Com educação e jeito, tudo acontece de uma maneira agradável, e muitas vezes belas amizades se formarão a partir dai.

(Outra coisa: Nunca diga que o texto está bom por que é de um amigo seu. Imparcialidade. Essa é a palavra)

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Literatura Virtual

Com os avanços tecnológicos e, principalmente, a expansão da internet houve um grande “BUM” no campo da literatura.

Hoje em dia qualquer pessoa pode se afiliar a um grupo social onde possa postar seus textos, onde podemos tomar como exemplo o blog O Nerd Escritor, onde há um espaço único para escritores iniciantes publicarem seus textos e que, principalmente, possibilita um critica pelos demais freqüentadores. Podemos citar ainda o Anime Spirit, espécie de rede social onde inúmeros Otakus e Nerds escrevem fanfictions sobre os mais variados temas, podendo também contar com a critica dos demais usuários.

Critica

A critica é o que move o escritor à caminho da ascensão. Quem escreve precisa ser lido. O seu texto a partir do momento que é lido não é mais seu, torna-se algo público, com própria autonomia.

É a critica, construtiva sempre, que pode alertar quem escreve para erros ou para melhores técnicas de escrita.

Então fikdik. Para aqueles que gostam de escrever texto com substâncias densas, psicológicas e descritivas, acompanhe O Nerd Escritor. The Gunslinger, o honrado anfitrião, lhe receberá de braços abertos.

Prefere fanfiction? Texto sem tanta responsabilidade? Anime Spirit e seus milhares de usuários pra você.

Criatividade

Criatividade


Poucas palavras tem definido tão bem essa era em que vivemos. Tudo o que desejamos realizar, conquistar, é tentado por inúmeras outras pessoas.

Então o que vai valer é a Criatividade de cada um. Sua vontade fazer.

E é pra isso que crio esse blog. Nesse pequeno espaço irei registrar alguns pensamentos em relação ao espaço e como nos relacionamos com ele.

Provavelmente irei fazer algumas resenhas literárias por aqui, comentário sobre o dia-a-dia e propiciar alguma discussão sobre a arte da escrita.


Sem mais...